RAFAELA GUEBERT
Plantação de Pinus, 2021
Fotoperformance
38p.
Fotos: Vitória Seidel
Acesse: https://issuu.com/rafagueba/docs/planta_o_de_pinus_-fotolivro_2_
"Tomo como ponto de partida os registros de uma ação realizada no interior de Santa Catarina. Nessa ação, o meu corpo adentra a paisagem de uma floresta que, na verdade, é uma plantação de árvores exóticas à região, transportadas para o Brasil durante um processo violento de invasão que já dura mais de 500 anos. Os pinus são pinheiros fálicos com mais de 30 metros de altura e são plantados extensivamente em terras roubadas no interior, principalmente na Região Sul. Suas fibras despencam em massa, mas o solo daqui não possui micro-organismos que conseguem decompor esse material por inteiro. Essas fibras acumulam-se sobre a terra, sufocando-a a ponto de apodrecê-la. Ainda assim, as raízes da mata nativa ancestral desse espaço permanecem e seguem brotando ao lado dos pinheiros. Os pinus neste trabalho não são metáfora para nada; eles são os pinus. Assim como o meu corpo, branco e não fálico, de apenas 1,68 m de altura, também não simboliza nada a não ser ele próprio, o meu corpo. Mas, tanto eu quanto os pinus, fomos plantados e crescemos no mesmo solo, repetida e incessantemente invadido. “Quais relações posso traçar entre o meu corpo e esses pinheiros”? “O que nos aproxima e o que nos afasta”? “Será que somos primos de algum grau longínquo”? Esses questionamentos desencadearam uma performance que, em algum momento, é atravessada pela memória incessante do meu trauma. Os registros fotográficos dessa performance, que são em alguma instância a memória dela mesma, resultaram nesse fotolivro, que por sua vez é, em alguma instância, o retrabalhar dessas memórias e desses corpos (o meu e os dos pinus) no presente, para interferir tanto no futuro quanto também no passado".
– Rafaela Guebert –
RAFAELA GUEBERT
Família com Deus pela Liberdade II, 2019
Videoarte - MP4
Direção, fotografia, edição, design de som: Rafaela Guebert
4:58 min, em cores
"No paraíso tropical
Buzinas perturbam a conflitante paz.
Visito uma memória;
um conteúdo no livro de história do ensino médio.
o tempo se sobrepõe”.
– Rafaela Guebert –