ANTONIO MANUEL
Série Repressão outra vez: eis o saldo (5 partes), 1968
Tecido, corda e serigrafia sobre madeira
122 x 80 cm, cada
Cortesia atelier Antonio Manuel
Fonte: https://antoniomanuel.net/
Urna quente, 1968
20 Caixas de madeira, contendo objetos variados,
abertas a machadadas pelo público, no evento Apocalipopótese,
no Rio de Janeiro, RJ
happening
Cortesia atelier Antonio Manuel
Fonte: https://antoniomanuel.net/
O corpo é a obra (Corpobra), 1970
Ação/proposição, no MAM-RJ, e objeto derivado
Caixa de 2m de altura,
foto do artista nu no MAM-RJ,
tarja com a inscrição da palavra “corpobra”, serragem
Cortesia atelier Antonio Manuel
Fonte: https://antoniomanuel.net/
Série Clandestina, 1973
Inserções críticas e irônicas em edições do jornal “O Dia”,
a partir de flans (matrizes para impressão de jornais)
gerados pelo artista, cujos jornais foram distribuídos
em bancas de rua como se fossem autênticos
Cortesia atelier Antonio Manuel
Fonte: https://antoniomanuel.net/
“No início da carreira, usa o jornal como suporte de seus trabalhos. Realizando interferências com tinta nanquim, anula algumas notícias ou imagens, acrescenta ou ilumina outras. Passa, em seguida, a utilizar o flan - cartão plastificado em relevo, que é a matriz para a impressão de jornais. Chega a elaborar os próprios flans, inventando as notícias; e os jornais impressos são distribuídos nas bancas, como se fossem autênticos. Cria uma série de jornais abordando temas políticos, como o movimento estudantil de 1968, ou ligados a discussões estéticas e poéticas. Em 1968, na exposição Apocalipopótese, realizada no Aterro do Flamengo, cuja proposta, idealizada por Hélio Oiticica e Rogério Duarte, era ser uma experiência coletiva de arte, Antonio Manuel apresenta as Urnas Quentes - caixas de madeira fechadas e lacradas, que deveriam ser arrebentadas pelo público, para que pudesse ser conhecido seu conteúdo. Nas caixas o artista coloca textos referentes a situações políticas ou estéticas ao lado de imagens relacionadas à violência, recortadas de jornais. Como em outros trabalhos do período, o evento convida à participação do espectador, que passa a ser co-realizador da obra. Esses trabalhos relacionam-se a um contexto de repressão política e de censura aos meios de comunicação. Em 1970, Antonio Manuel propõe o próprio corpo como obra, no Salão de Arte Moderna, realizado no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). A proposta é recusada pelo júri. Na noite da abertura da exposição, o artista apresenta ao público seu corpo nu. Segundo o artista, com O Corpo É a Obra, a ideia é questionar os critérios de seleção e julgamento das obras de arte. O ato passa a ter o caráter de protesto contra o sistema político, artístico e social em vigor. Sobre a performance, o crítico Mário Pedrosa escreve que o artista faz "o exercício experimental da liberdade". A partir desse momento, seu interesse centra-se na questão do corpo e seus sentidos”.
Fonte: ANTONIO Manuel. In: Enciclopédia Itáu Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Disponível em: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa368/antonio-manuel . Acesso em: 23 out. 2023.